Meses depois
O sol da tarde entrava pelas janelas do apartamento, iluminando o quarto da Aurora com uma luz dourada e quente. Ela já estava maior, sentava no tapete com as perninhas cruzadas, rindo e tentando agarrar os brinquedos que espalhei à sua frente. Cada gargalhada dela era música, e eu não conseguia deixar de sorrir.
Arthur estava encostado na porta, observando. Havia uma mistura de orgulho e ternura no olhar dele, a mesma intensidade de sempre, mas agora mais leve, mais serena.
— Olha pra ela — disse, quase sem querer, num sussurro que eu sabia ser para mim. — Está tão grande… e tão feliz.
Sorri, sentando-me ao lado de Aurora e ajudando-a a empilhar os bloquinhos. — Ela é assim porque se sente amada — respondi, sentindo o calor dele se aproximando.
Ele se ajoelhou ao meu lado, como sempre fazia, e colocou uma mão no ombro meu, outra no colo da filha. — E nós fizemos isso juntos, Helena. A gente conseguiu.
Aurora, como se entendesse, riu de novo, e ele riu junto. O som era co