Helena
Os dias seguintes foram mais silenciosos do que eu esperava. Não era silêncio de guerra — já tínhamos vivido isso —, mas um silêncio diferente. Mais… confortável.
Arthur parecia determinado a se infiltrar nos pequenos detalhes da minha rotina. Eu me pegava notando isso.
Na cozinha, ele aparecia atrás de mim quando eu insistia em preparar algo simples.
— Você não devia se esforçar tanto. — dizia, tirando a faca da minha mão e cortando as frutas como se fosse o maior chefe de cozinha do planeta.
Eu revirava os olhos, mas no fundo sorria.
No quarto, certa tarde, ele abriu uma sacola com roupas de bebê que mandara buscar. Pequenas peças brancas, azuis, amarelas, tão delicadas que eu tive medo de tocá-las.
Arthur pegou um macacão minúsculo e o ergueu diante de mim.
— Acha que ele vai gostar desse? — perguntou com um meio sorriso.
— Ele? — arqueei a sobrancelha. — E se for ela?
Ele me lançou aquele olhar provocador. — Então vai ser a princesa mais mimada da cidade.
Eu ri, apesa