Eu queria protegê-la.
O telefone da sala de Arthur tocou em tom urgente. Atendi, ajeitando a postura:
— Vasconcelos Tech, boa tarde.
— Quero falar com Arthur Vasconcelos. É urgente. — A voz grave, carregada de sotaque estrangeiro, não soava como um pedido. Era uma ordem.
Arthur ainda não tinha voltado da reunião no andar de baixo. Respirei fundo. — Ele já retorna a ligação, senhor. Deseja adiantar o assunto comigo?
— O relatório de viabilidade. Preciso dos números agora.
Meu estômago gelou. Relatório de viabilidade? Não estava pronto. Folheei rapidamente os papéis sobre a mesa, procurando algo que fizesse sentido. Gráficos, projeções… respirei fundo, juntei coragem e soltei:
— Os dados preliminares indicam estabilidade acima da média, com crescimento sólido no setor logístico. Os ajustes finais estão em consolidação, mas o panorama é seguro.
O silêncio do outro lado parecia me engolir.
Foi então que a porta do escritório se abriu. Arthur entrou. Parou ao me ver com o telefone no ouvido, e em segundos já es