Uma semana se passou. Sorte minha, Arthur tinha viajado a negócios e ficou longe. O prédio parecia respirar mais leve sem a presença dele, e eu também. Só que o alívio não durava tanto: o mal-estar vinha em ondas, cada vez mais frequente.

No meio de uma tarde qualquer, enquanto revisava contratos na minha mesa, o estômago revirou de novo. Engoli seco, tentando me manter ereta na cadeira, mas a visão embaçou. Apoiei a testa sobre a palma da mão, tentando disfarçar.

— Amiga, você tá péssima. — A voz de Marina me arrancou da concentração. Ela se apoiou na minha mesa, cruzando os braços com aquele jeito atrevido de sempre. — Isso não é só cansaço.

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