Helena
O grito dele ainda ecoava nas minhas costelas quando finalmente consegui puxar ar. Arthur avançava como uma tempestade prestes a me engolir, os olhos faiscando de fúria.
— Eu não sei! — minha voz saiu trêmula, desesperada, tentando atravessar o peso da raiva dele. — Eu não faço ideia de quem mandou isso, Arthur!
Ele riu sem humor, um som amargo, incrédulo. Apontou para os pedaços do bilhete no chão, o punho fechado.
— Não faz ideia? Então eu tenho um admirador secreto plantado na porra da minha empresa e você não sabe de quem se trata?!
Meu coração disparava tanto que mal conseguia organizar as palavras. — Eu não pedi isso! Eu não quero isso!
— MAS ACEITOU. — Ele cuspiu as palavras, o tom mais cortante que uma lâmina. — Deixou aqui, em cima da sua mesa, como se fosse natural.
As lágrimas começaram a arder nos meus olhos, mas lutei para não ceder. Eu não queria chorar na frente dele, não queria dar a sensação de que tinha algo a esconder.
— Eu estava no almoço, eu nem vi quand