Entre Farinha, Risos e Desforra
O sol ainda nem tinha se levantado por completo quando Letícia apareceu na porta da cozinha improvisada da casa de caça, de braços cruzados e um sorriso vitorioso estampado no rosto.
Henrique, por outro lado, parecia um homem indo para o cadafalso.
— Vamos lá, campeão. Provocou ela, batendo palmas. Uma aposta é uma aposta.
—E, pelo que me lembro, você perdeu.
Ele soltou um suspiro pesado, ajustando o avental que mal sabia amarrar.
— Eu devia ter desconfiado quando você disse que aquela corrida “era só uma brincadeira”.
— Eu também devia ter filmado. Respondeu Letícia, se encostando no batente.
— Ia dar um ótimo registro:
O fazendeiro que se achava invencível, derrotado por uma “senhora da cidade”.
Henrique lançou-lhe um olhar semicerrado, misto de irritação e diversão.
— Só estou fazendo isso porque sou um homem de palavra.
— E porque perdeu. Completou ela, com aquele tom doce e venenoso.
Laura gargalhava na cadeirinha próxima, com o copinho de leit