Amara
O telefone vibrou às 08h17. A notificação apareceu como um arranhão no vidro: “Ar… 12… escuro.”
O nome da remetente me gelou o estômago: Lia.
— Lia? — chamei no viva-voz. — Onde você está? Fala comigo.
Nada. Três pontos tentando escrever outra coisa e sumindo. Depois, nada.
O pulso brilhou por dentro. A marca acendeu como um farol inquieto. Damian não estava na cobertura, tinha saído cedo com Viktor para revisar uma rota. Eu sabia onde ele estava, mas o que importava, naquele minuto, era onde Lia estava.
— Mirella? — liguei. — Recebi uma mensagem estranha da Lia: “Ar… 12… escuro”.
— “Respira” — ela disse, calma. — “Lê como pista, não como desespero. “Ar” pode ser ventilação. “12” pode ser avenida, andar ou hora. “Escuro”, ausência de luz.”
— Vou falar com o Ronan — respondi, já pegando o casaco.
No corredor, encontrei Ronan voltando do elevador com expressão de alarme.
— Vi a mensagem — ele disse, antes que eu falasse. — A equipe de monitoramento recebeu também.
— “Ar… 12… escur