Damian
A marca queimou no meu pulso antes mesmo de eu entrar no prédio. Era ela. E estava em perigo.
O ar tinha cheiro de ferro e poeira velha. O som dos meus passos se misturava ao eco de vozes distantes. Cada batimento do meu coração se encaixava no dela, o vínculo pulsando como um fio invisível me puxando. Eu não precisava de mapa. Bastava sentir.
— “Dois andares abaixo” — Ronan informou pelo rádio. — “Movimento recente. Três, talvez quatro hostis.”
— Fica com o perímetro — respondi. — Ela é minha prioridade.
Entrei no corredor estreito. O chão rangia, o teto pingava ferrugem. E então ouvi a voz dela. Calma. Firme. Falando com o demônio que ousou tocar o nome dela.
Voss.
A raiva subiu sem pedir permissão. O lobo rasgou por dentro, misturando carne e instinto, mas eu segurei. Não era hora de perder o controle. Era hora de usá-lo.
Virei a esquina e a vi. Amara, de pé, o queixo erguido, o olhar firme. Um farol em meio à sujeira.
Atrás dela, Voss, e os homens dele.
— Ela disse “vem” —