Amara
O barulho me arrancou do sono como um puxão invisível. Abri os olhos e o quarto estava mergulhado em prata, a lua cheia atravessando as cortinas semi abertas.
O relógio marcava pouco depois das duas. Meu corpo sabia que algo estava errado antes da mente registrar.
O silêncio da cobertura não era o mesmo, havia um som baixo, grave, como se o prédio respirasse junto comigo.
Levantei devagar, pés descalços, o coração acelerado. Passei pelo corredor e a cada passo a sensação de ser observada aumentava.
Queria acreditar que era imaginação, mas já aprendi que, nesta casa, nada é simples. Segui o som, que parecia vir de cima.
O elevador estava bloqueado. Descobri uma porta escondida atrás de uma das estantes decorativas. Empurrei, e um vento frio me atingiu. Um lance de escadas estreitas me levou até uma saída metálica.
Quando abri, o mundo explodiu em luar.
Era um terraço que eu não conhecia. De vidro até a cintura, amplo, isolado. Damian estava lá. Primeiro pensei que estivesse a