Alguns meses depois.
— Não acredito que vou ter que te ver só em feriados e em datas comemorativas — disse Aurora, com os olhos marejados, enquanto ajudava o filho a fechar a última mala sobre a cama.
Henri sorriu, tentando aliviar o clima.
— Não precisa se preocupar com isso, mamãe. O Brasil tem tantos feriados que a senhora vai me ver com tanta frequência que nem vai ter tempo de sentir minha falta.
Aurora soltou um riso fraco, mas o olhar denunciava a tristeza que carregava. Aproximou-se dele, passando a mão em seu rosto com ternura.
— Como não vou sentir, meu filho? — perguntou, tentando conter as lágrimas. — Se só de saber que você mora sozinho aqui na vila já me dá um aperto no peito, imagina agora, sabendo que não poderei te ver quando quiser.
Henri segurou a mão dela e a beijou com carinho.
— Escuta, mãe, eu prometo que vou ligar todos os dias até não aguentar mais ouvir a minha voz. E, quando der, voltarei para visitá-los.
Ela assentiu, mas o sorriso que deu foi frágil, susten