Não foi preciso que Henri dissesse mais nada. Catarina apenas se levantou do banco do ponto e caminhou até o veículo, com passos vacilantes.
Assim que abriu a porta e entrou, respirou fundo, tentando recuperar algum controle sobre si mesma. Sentou-se em silêncio, esperando que ele dissesse algo, qualquer coisa boa, mesmo que no fundo soubesse que poderia estar esperando demais.
Mas Henri não disse. Apenas arrancou, cortando a noite com a mesma frieza que pairava entre os dois.
Quando estavam se aproximando da ponte que ligava a capital à fazenda, Henri finalmente quebrou o silêncio.
— Eu sei muito bem o que você estava pretendendo fazer — disse, já num tom acusatório.
As palavras a despertaram de seus pensamentos, fazendo-a virar o rosto em sua direção.
— O que quer dizer com isso? — perguntou, arqueando uma sobrancelha.
— Não se faça de boba — ele retrucou com frieza. — Sei que estava planejando voltar de ônibus só para chegar em casa bancando a coitadinha diante dos seus pais.
— Hen