LARA
O beijo começa despretensioso. Um daqueles que nascem de um olhar demorado e uma mão pousada devagar demais sobre a cintura. Mas não demora para se aprofundar. Os lábios dele tocam os meus com intenção e carinho, e minha mão se prende ao colarinho da camisa como se fosse hábito. Como se fosse casa.
Estamos na sala de jantar, o sol entrando preguiçoso pelas janelas altas, e o mundo parece suspenso por um fio invisível.
Até que a realidade entra com salto e ironia.
— Bom dia, casal! Está no cardápio de hoje o combo “beijo ardente com café expresso”?
A voz de Cat nos pega no flagra.
Nos afastamos devagar, como dois adolescentes descobertos no sofá, mas sem culpa. Só com riso. Dorian limpa a garganta, mas sorri. E eu? Encosto a testa no ombro dele e rio junto.
— Bom dia pra você também, Cat — murmuro, sem tirar o sorriso do rosto.
— Eu só vim checar se vocês estavam vivos. Mas vejo que estão mais do que isso. Estão ocupados.
— Você tem uma habilidade sobrenatural de aparecer nas hora