LARA

A mansão está mergulhada em silêncio quando chegamos. As luzes externas ainda acesas lançam sombras suaves sobre a fachada, como se o casarão estivesse à nossa espera. Dorian para o carro na entrada e desce primeiro. Em seguida, abre a porta do passageiro, estende a mão e me ajuda a sair como se eu fosse feita de cristal.

— Cuidado com o degrau, senhora Vega — ele brinca, com aquele olhar carregado de promessas e humor.

— Senhora Vega — repito, saboreando as palavras com um sorriso. — Isso vai levar um tempo pra soar natural.

Ele se aproxima, encostando os lábios na minha testa.

— Pra mim, soa como destino.

O toque é breve, mas a pele arrepia. A noite no hotel ainda vibra em mim como uma lembrança vívida demais para se apagar em poucas horas.

Caminhamos em silêncio até a porta principal. Entramos de mansinho. A casa parece suspirar em paz, envolta por um sossego acolhedor. No andar de cima, as luzes do corredor estão apagadas, mas uma fresta de luz escapa por baixo da porta do qu