DORIAN
Ela sai do banheiro com os cabelos ainda úmidos e o robe amarrado com um laço frouxo na cintura. Está descalça, a pele ainda levemente corada pelo calor da água. Parece frágil. Mas não é. Nunca foi.
Lara sempre teve essa capacidade de parecer vulnerável e, ao mesmo tempo, impossível de quebrar. É um paradoxo.
Ela me olha, hesitante, como se esperasse que eu tomasse alguma atitude. Qualquer uma.
Eu me levanto da beira da cama devagar.
— Eu tenho uma proposta pra te fazer.
O rosto dela muda instantaneamente. Pequenos detalhes. Os olhos se estreitam. Os ombros enrijecem. O corpo se retrai meio centímetro. Não precisa dizer nada — eu entendi a resposta silenciosa.
— Calma — digo, erguendo as mãos como quem tenta apaziguar um animal arisco. — Não é o que você está pensando. Não tem nada a ver com papéis, contratos ou burocracias. Juro.
Ela continua em silêncio, mas o corpo relaxa o suficiente para me encorajar.
— Antes de qualquer coisa, eu queria te ouvir. Saber se… se você também