LARA
A sala de reuniões parece ainda mais fria depois que me sento novamente. O ar-condicionado sopra direto sobre meus ombros, ou talvez seja o clima entre nós três. Benjamin desliza os dedos pelo tablet com a precisão de um cirurgião. Dorian mantém os braços cruzados, encostado na cadeira como se assistisse a uma audiência importante, mas sem emoção aparente.
— Como você mesma disse — Benjamin começa —, esse contrato é mais do que um casamento simbólico. Ele é uma peça estratégica.
— Já entendi isso — rebato. — Mas ainda não entendi o motivo de tudo ser tratado como se eu tivesse feito parte de um plano desde o início.
Benjamin troca um olhar rápido com Dorian, que não se move.
— Porque, de certa forma, fez. Mas você não era o plano original — ele diz.
Minhas costas se enrijecem.
— Perdão?
Benjamin respira fundo.
— Você não achou estranho que Dorian tivesse um contrato pronto quando você apareceu?
— Eu me lembro de ter pensado algo a respeito, mas, para ser honesta, aquela primeira