O estúdio escolhido por Dorian fica nos fundos de um casarão antigo, reformado com a mesma sofisticação silenciosa que ele carrega em tudo. Portas de madeira escura, vitrais restaurados, uma claraboia que derrama luz natural por todo o ambiente como se fosse cenário de um filme cuidadosamente dirigido.
Quando chegamos, uma equipe nos espera.
— Vocês são mais bonitos ao vivo — diz o fotógrafo, sorridente, enquanto confere as luzes. — E têm química. Isso vai facilitar.
Química.
Não sei o que responder.
Dorian apenas inclina a cabeça num gesto educado. Está de blazer claro, camisa branca e sem gravata. Ele consegue estar ainda mais perfeito que no dia a dia. Ele me olha por um segundo, e o olhar escorrega pelo vestido de seda leve que Eliza escolheu. Nada explícito. Mas noto o suspiro contido.
Eu, por outro lado, sou só contenção.
Vestido branco de tecido esvoaçante, maquiagem delicada, cabelo solto com ondas marcadas. Sou o retrato da noiva moderna. Só falta a verdade no olhar.
— Vamos