LARA
Acordo com o cheiro do café.
Abro os olhos devagar e encontro a luz filtrando pelas janelas altas do chalé, tingindo tudo com um dourado suave. A lareira ainda queima lá embaixo — alguém a reabasteceu. A cama está vazia ao meu lado, mas o lençol ainda conserva o calor do corpo dele.
Me espreguiço como quem não tem pressa. Como quem não carrega urgências, nem armaduras.
Desço as escadas descalça, sentindo o frio gentil do chão de madeira sob os pés, e o calor vindo das paredes. E então o vejo.
Dorian está na cozinha aberta, de costas para mim, vestindo apenas uma calça de moletom escura e uma camiseta justa que denuncia a força silenciosa do seu corpo. Ele parece... comum. Como se fosse o tipo de homem que acorda cedo para preparar café para a esposa. Como se isso fosse parte da rotina dele.
— Isso é real ou parte de um sonho que envolvia neve e sexo incrível? — provoco, encostando na bancada.
Ele vira com um sorriso de canto e um bule em mãos.
— Depende. Você quer açúcar ou mais