DORIAN
— Amor — murmuro contra os cabelos dela, com o corpo ainda colado ao meu, o calor do quarto fundido ao dela —, o que acha de desafiarmos o destino mais um pouquinho?
Ela se mexe devagar, o suficiente para me olhar nos olhos. E então, ao invés de responder com palavras, ela solta uma gargalhada leve, solta, quase musical.
— Você é mesmo impossível, Dorian.
— E você é minha. Então…?
— Eu topo — ela sussurra, mordendo o lábio inferior com aquele olhar que me tira o fôlego.
É tudo o que preciso.
Em um segundo, meu corpo desperta por inteiro, mas não com urgência qualquer. É com aquele tipo de fome que ela me causa — a que vem de dentro, da alma, da memória do toque, do gosto da pele, do jeito como ela se encaixa em mim como se tivesse sido feita sob medida para minha perdição.
Puxo-a com força, mas sem brutalidade. Só o suficiente para sentir o riso dela morrer na boca quando nossos lábios se encontram.
Esse beijo não tem doçura. É puro desejo. É promessa e provocação. É a resposta