Sebastian foi embora logo depois do café. Disse que pediria um carro por aplicativo e recusou minha oferta de levá-lo, com o tom gentil e decidido que ele usava quando queria parecer inteiro, mesmo quando não estava. Eu não insisti. Apenas o acompanhei até a porta, observando-o descer as escadas com passos mais firmes do que na noite anterior — mas ainda com aquele ar de quem carrega dentro do corpo uma história mal costurada.
Fiquei ali por alguns minutos depois que ele se foi, em pé na porta do apartamento, sentindo o vazio discreto que sua ausência deixou. Depois fechei a porta devagar, travei as fechaduras, e caminhei até a sala com a estranha sensação de que algo em mim havia mudado. Não por ele ter estado ali, mas por tudo que ele havia me revelado.
Sentei no sofá com a xícara nas mãos já fria e deixei a mente vagar. Aquele homem que me encarava nos corredores da empresa com firmeza, que se impunha nas reuniões com o olhar sóbrio e quase impenetrável... agora tinha contorn