Enquanto passava o batom diante do espelho do quarto, o toque do celular interrompeu meus pensamentos. Peguei o aparelho na cômoda, vendo o nome de Olívia na tela.
— Até que enfim você atende! — foi a primeira coisa que ouvi quando deslizei o dedo para atender a chamada. — Você some e nem dá notícia, Isa! — reclamou, com aquele tom que misturava bronca e preocupação.
Sorri, ajeitando uma mecha de cabelo que insistia em cair no meu rosto.
— Eu cheguei bem, relaxa. Minha mãe tá ótima, como sempre, e ainda reencontrei alguns amigos da época da escola. — Olhei para o espelho, tentando decidir se a blusa azul combinava com a calça jeans branca. — Tá sendo bom, sabe? Respirar outro ar.
Do outro lado da linha, ouvi Olívia soltar um suspiro que soou estranho, quase tenso.
— Fico feliz que você esteja bem e aproveitando — disse ela, mas a voz dela parecia pesada demais para o que estava dizendo.
Franzi o cenho, largando o batom sobre a penteadeira improvisada.
— O que foi, Ol