Acordei com um peso no peito que nenhuma xícara de café parecia capaz de aliviar. O carro novo, parado lá embaixo, parecia zombar de mim com sua perfeição silenciosa. Ainda não sabia como me sentir em relação a ele. Em outro momento, talvez eu estivesse empolgada, até grata. Mas hoje, tudo em mim pesava. As palavras não ditas. A distância. O silêncio.
Cheguei à BrTech no mesmo horário de sempre, ou talvez até mais cedo. O saguão do prédio estava mais movimentado do que o habitual, e isso me chamou atenção logo de cara. Pessoas em trajes formais circulavam de um lado para o outro, algumas olhando para o relógio, outras discutindo em tons baixos. Um burburinho discreto, mas intenso. Me aproximei da recepção com o cenho franzido.
— O que está acontecendo? — perguntei à recepcionista, uma moça jovem que sempre me cumprimentava com gentileza.
— Estão procurando pelo senhor Sebastian. Jornalistas, investidores... parece que alguém vazou algo sobre a nova fusão. Disseram que querem u