Clarice Spencer
De olhos fechados, sorrio. Não um sorriso qualquer. É um sorriso carregado de deleite perverso, aquele tipo de expressão que só quem venceu um jogo cruel pode exibir. O silêncio do quarto de hotel é meu palco particular, onde enceno minha vitória com classe, elegância e crueldade calculada.
Sento-me na beira da cama king-size coberta por lençóis de seda pura, puxando lentamente os Louboutins dos pés. A sensação de liberdade após um dia inteiro usando saltos de 15 cm é quase tão prazerosa quanto o que acabei de fazer. Deixo os sapatos jogados sobre o carpete bege e me recosto nos travesseiros gigantes, como uma rainha em seu trono de veludo.
Minha mente retorna à imagem patética daquela loirinha sonsa, burra, manipulável. O tipo de mulher que acha que o mundo é um romance de banca de jornal. Ingênua até os ossos. Lembrar do sorriso infantil de Samantha é como ouvir uma sinfonia composta especialmente para mim.
— “Ah, eu amo o senhor Médici!” — imito em tom ridículo, rol