Lara é a garota dos sonhos de muitos: ruiva, dona de olhos azuis hipnotizantes e sardas que acentuam ainda mais sua beleza. Popular e descolada no Campus, ela parece ter tudo... menos o amor de Noah, o garoto mais cobiçado da universidade. Enquanto todos a enxergam como inalcançável, Noah a vê como qualquer outra pessoa, deixando Lara presa em uma paixão não correspondida. Do outro lado, temos Lucas, um nerd apaixonado por videogames e mestre em se manter nas sombras. Por anos, ele carrega em segredo uma paixão por Lara, sua amiga de infância. Mas, incapaz de se declarar, ele se conforma com a famigerada friendzone. Quando Noah começa a namorar Sophia, a garota que Lucas sempre quis, a vida dos dois vira de cabeça para baixo. É então que Lara, movida por uma ideia brilhante (ou completamente maluca), propõe que ela e Lucas finjam ser um casal. O plano? Despertar o ciúme de Noah e Sophia, forçando-os a olhar para eles com outros olhos. Mas o destino adora pregar peças. Entre momentos forjados e sorrisos que deveriam ser apenas atuação, o que era para ser uma farsa começa a parecer cada vez mais real. E talvez, só talvez, o amor verdadeiro estivesse bem diante deles o tempo todo.
Ler maisLucas Narrando— Droga! — resmungo alto, agarrando um travesseiro e arremessando-o com força contra a parede do meu quarto. O impacto não alivia em nada a bagunça que tá aqui dentro. — Eu entrei em pânico… — continuo, andando de um lado pro outro no quarto como um bicho enjaulado — e acabei fazendo merda. — Passo a mão no cabelo, frustrado. — Eu não sabia o que fazer. Mas, sinceramente? Já era de se esperar. — Solto um riso nervoso e bufado. — Eu não sou o tipo de cara que encontra uma garota chorando e sabe exatamente o que dizer ou fazer... — paro diante do espelho e encaro meu reflexo, olhos marcados e expressão cansada. — Dessa vez, eu tive sorte. Ela dormiu. Mas da próxima… da próxima pode não ser tão fácil escapar.Um som me tira do devaneio: batidas suaves na porta.— Lucas? — ouço a voz abafada. — Você está acordado?Reconheço de imediato.— Lara? — pergunto, já caminhando até a porta.— Sim... abre aqui pra mim, tá frio aqui fora.Giro a maçaneta e abro. Quando vejo a cena à
Na manhã seguinte, o clima no campus parecia o mesmo de sempre — barulho dos alunos circulando pelos corredores, vozes misturadas, passos apressados. Mas por dentro, tudo estava diferente. Meus pensamentos estavam mais pesados do que a mochila que eu arrastava no ombro. Me sentei no canto da sala, tentando fingir que estava interessado em alguma coisa além da minha própria confusão.— Ué, cadê a Lara? — perguntou Mel, ajeitando a tiara vermelha no cabelo ruivo enquanto olhava em volta, como se a amiga fosse surgir debaixo da carteira.— Não veio — respondeu Julia, sem levantar o olhar do celular. — Ela pediu pra avisar que estava gripada.Mel franziu a testa, cruzando os braços com um olhar desconfiado.— Mas assim, do nada?— Na verdade, ela chegou a vir — comento, sem tirar os olhos da tela do celular enquanto deslizo o dedo para abrir o app do eFootball. — Mas não se sentiu bem e voltou pro quarto.As duas me olharam por breves segundos. Julia apertou os lábios, Mel desviou o olhar
Narração: Lara — Ai, que droga! — esbravejei, bufando. — Bando de baba-ovo... — resmunguei, tossindo logo em seguida. — Credo, quanta poeira! Comecei a guardar o material reclamando sozinha, quando ouvi alguém me chamar: — Lara! Tomei um baita susto ao reconhecer a voz. — Noah?! — exclamei, perdendo o equilíbrio. Cambaleei e me choquei contra a prateleira onde acabava de guardar o uniforme. De repente, vi Noah correndo na minha direção, um olhar de puro desespero. Antes que eu entendesse o que estava acontecendo, olhei para cima: um cesto cheio de bolas de basquete despencava em minha direção. Antes que pudesse ser acertada, Noah me empurrou para longe. Caí no chão e ele caiu por cima de mim, mas, graças a ele, nenhuma bola nos atingiu. — Nossa, que perigo... — disse Noah, rindo sem graça enquanto eu permanecia paralisada, ainda em choque. — Foi mal, a culpa foi minha. Acabei te assustando. — Obrigada, Noah... — falei, me levantando apressada, tentando sair de debaix
Lara (narração): — Como assim tem um boato sobre o Noah?! — exclamei, arregalando os olhos e me inclinando para mais perto das meninas. — Parece que ele e a Sophie tiveram a primeira vez — sussurrou Mel, olhando discretamente para os lados antes de falar, como se estivesse contando um segredo proibido. — É, eu também escutei isso — comentou Júlia, ajeitando o cabelo atrás da orelha. — E se você reparar, eles estão bem mais íntimos... coisa de quem faz essas coisas, sabe? Tentei forçar um sorriso, mas a pontada que atravessou meu peito quase me fez perder o ar. — Normal — murmurei, desviando o olhar para a janela, onde o sol brilhava forte demais para o meu gosto — Casais de namorados fazem isso... e mesmo assim se separam. Não é nada demais. O silêncio desconfortável que se seguiu foi logo quebrado pela Mel, com seu jeito direto: — Ah, corta essa, Lara! — Ela cruzou os braços, encarando-me. — Você não tá percebendo que tá perdendo o Noah pra aquela CDF? — É mesmo, Larinha — J
Já fazia uma semana desde que eu me declarei para o Lucas. Uma semana desde aquele beijo. Uma semana desde aquela noite em que pedi para ele dormir comigo... de conchinha.E eu ainda não consegui superar.A cada hora livre, cada intervalo entre as aulas, cada silêncio que pairava no meu quarto ou mesmo em meio a uma multidão, minha mente voltava para aquela cena. O calor dos braços dele me envolvendo, o jeito como ele sussurrou “tá bom” antes de me abraçar. A forma como ele parecia caber tão perfeitamente em mim. Como se fosse... o lugar certo.Mas por que eu fiz aquilo?Eu gosto do Noah, não gosto? Sempre gostei. Ele é o garoto que todo mundo quer. O mais bonito, o mais atlético, o mais popular. O pacote completo. Então por que, diabos, eu me declarei para o Lucas?Me pego mordendo o lábio inferior e balanço a cabeça, como se o movimento pudesse expulsar os pensamentos incômodos dali. Volto a prestar atenção na Mel, que falava empolgada ao meu lado, sentada na arquibancada do ginásio
Lucas Narrando Passei o dia inteiro com as palavras da Sophie martelando na minha cabeça. A cada hora que passava, mais claro ficava que eu precisava fazer alguma coisa. Não dava mais pra fingir que tava tudo bem. Que eu tava bem. No fundo, eu sabia que não era sobre voltar ou não a namorar de mentira… era sobre me redimir, limpar minha consciência, consertar o que tinha quebrado — nem que fosse um pouco. Respirei fundo e fui até o quarto da Lara. No caminho, ensaiei umas mil versões do que eu ia dizer. Cada uma mais idiota que a outra. Quando parei diante da porta… travei. Minhas mãos suavam, meu coração batia tão rápido que parecia que eu tinha corrido uma maratona. Quase desisti. Quase voltei. Mas respirei fundo de novo. Esperei. Uns cinco… dez… vinte minutos. E só então, com a coragem pendurada por um fio, bati. — Lara… eu queria conversar com você — disse, com a voz mais baixa do que pretendia. Silêncio. — Mas você não vai aparecer, né? — murmurei, desanimado, encost
Último capítulo