Voltei para a minha sala ainda com o gosto amargo do confronto com a Érika. A raiva dela não me impressionava mais; o que me incomodava era o fato de eu ter que reforçar, dentro da minha própria família, a linha entre lealdade e insensatez.
Peguei o celular sobre a mesa, disposto a ligar para um dos analistas de mercado e acelerar a investigação sobre a Amelie. Antes mesmo que eu discasse, a tela se iluminou com uma notificação urgente.
Abri o relatório e, em segundos, o sangue gelou nas minhas veias.
Eliza Bennet havia colocado à venda todas as ações dela da Walker. Não só isso: havia feito a jogada a preço de banana, como se quisesse se desfazer daquilo imediatamente, sem se importar com o valor real.
Passei a mão pelos cabelos, incrédulo.
Era isso. O vínculo silencioso que ainda nos ligava aquele pedaço da Walker que permanecia em suas mãos tinha acabado de ser arrancado. E da forma mais brutal possível: como se quisesse apagar qualquer traço meu da vida dela, como se eu