O frio de Nova Iorque me recebeu como um soco no estômago. O ar gelado batia no corte da minha mão como se quisesse lembrar a cada segundo do que havia acontecido.
Estava no meu escritório na Bennet Crown quando o telefone tocou. Atendi sem pensar, reconhecendo imediatamente a voz grave do detetive que havia contratado.
— Senhora Bennet, tenho novidades sobre a senhorita Amelie Durand. — ele começou, direto ao ponto.
Endireitei a postura na cadeira, apoiando a mão boa sobre a mesa de mármore, enquanto a outra permanecia coberta por uma atadura impecável.
— Fale. — ordenei.
Houve uma breve pausa do outro lado da linha, como se ele medisse cada palavra.
— Não existe registro consistente da Amelie antes de cinco anos atrás. — disse por fim. — O histórico acadêmico é… inconsistente. Alguns documentos parecem forjados. É como se essa pessoa simplesmente não tivesse existido até então.
Fechei os olhos, deixando que o silêncio pesasse no ar.
— Explique melhor. — pedi, controlando a