As palavras dela ficaram suspensas entre nós, afiadas e ternas ao mesmo tempo. Respirei fundo, tentando recompor o ar que parecia me escapar, mas Olívia não recuou.
— Você pode até enganar os acionistas, o mercado, até mesmo meu filho, Eliza… — ela continuou, sua voz aveludada, mas implacável. — Mas a si mesma? Nunca. E é por isso que eu estou aqui. Porque sei que no fundo você ainda acredita que pode vencer sem perder quem você é.
Meu coração bateu forte, acelerado, como se tentasse me desmentir ali mesmo. Mantive a postura ereta, o rosto calmo, mas por dentro algo tremia.
— Você acha que eu me perdi? — perguntei, baixando o tom, quase desafiando.
Olívia segurou meu olhar, sem vacilar.
— Não, ainda não. Mas está perigosamente perto disso. E não é o Nathan que vai te salvar ou te condenar. É você mesma.
Aquelas palavras me atravessaram como um tiro silencioso. Eu, que passara anos lidando com homens que mediam força, que só sabiam atacar ou se defender, agora me via desarmada por uma