Demorei um tempo para me recompor. As lágrimas secaram no meu rosto, mas ainda havia um peso latejando no peito, como se cada palavra do meu pai tivesse deixado uma cicatriz invisível. Respirei fundo, limpei as marcas da emoção com as próprias mãos e, diante do espelho discreto que ficava na sala, ajeitei o batom e o cabelo. Eu não podia permitir que ninguém me visse quebrada.
O celular vibrou mais uma vez sobre a mesa. Nathaniel. A tela mostrava o nome dele repetidamente em chamadas que eu havia ignorado. Por um instante, a vontade de ouvir a voz dele quase venceu. Mas não. Decidi que só retornaria no final do dia, quando minhas emoções estivessem mais sob controle. Eu precisava de clareza antes de me deixar envolver por ele novamente.
E, acima de tudo, eu precisava focar no que me mantinha de pé: meu trabalho. Abri a pasta de contratos acumulados, rabiscando anotações e revisando cláusulas com a precisão que se exigia de mim. Havia relatórios para finalizar, reuniões importantes m