Saí do prédio da Walker com a pasta cheia de documentos da auditoria, tentando ainda processar toda a tensão do dia. A Sophie havia ficado para acertar algumas coisas com os auditores que eu havia pedido.
O carro preto me aguardava no estacionamento, discreto, quase imperceptível. Entrei, ainda no telefone, revisando cláusulas de contrato com um parceiro. Minha atenção estava totalmente tomada pelos números e prazos.
— Sim, vou revisar e te envio até o fim do dia — disse, anotando mentalmente cada ajuste que precisava ser feito.
O veículo partiu sem chamar atenção. Nada parecia fora do comum. Mas alguns minutos depois, ao olhar pela janela e perceber que os prédios familiares haviam ficado para trás, um frio percorreu minha espinha.
— Espera… isso não é o caminho do meu apartamento — murmurei, tentando manter a voz firme, mais para mim mesma do que para qualquer outra pessoa no carro.
Olhei para a motorista. Não era quem eu esperava. Nenhuma expressão, nenhum gesto que desse uma