Minutos viraram horas.
Abigail e eu ficamos sentadas lado a lado, sem trocar nenhuma palavra. Às vezes ela chorava baixinho. Outras, ficava apenas encarando o vazio. Eu segurava a mão de Niyati, que cochilava com a cabeça no meu colo, e pensava no quão frágil tudo era... A vida. O tempo. As pessoas que a gente ama.
Até que finalmente, uma médica se aproximou.
— Bennet está estável, por enquanto. Conseguimos conter a convulsão e refazer o acesso. Mas precisamos conversar sobre os próximos passos. — sua voz se tornou mais branda — O quadro dele está se agravando com mais rapidez do que esperávamos.
Meu corpo ficou gelado.
— Ele está acordado? — perguntei baixinho.
Ela hesitou antes de responder.
— Está... mas está muito confuso. Ele pode reconhecer vocês, ou não. Pode falar coisa com coisa... ou não falar nada. É difícil prever.
Abigail tomou Niyati do meu colo, e nos preparamos para ir vê-lo.
Seguimos a médica por um corredor branco, silencioso, como se estivéssemos entrando em outro