O vinho vermelho refletia a chama das velas como se fosse sangue dentro das taças de cristal. Amélia mantinha o rosto sereno, mas seus olhos não conseguiam deixar de observar cada detalhe do homem sentado à sua frente.
Giovanni Moretti era a personificação do perigo em forma humana. Seus cabelos escuros estavam penteados para trás, revelando a força da sua expressão. Os olhos verdes faiscavam sob a luz suave, intensos demais, quase hipnóticos. Seus lábios finos se moviam devagar, como se cada palavra fosse cuidadosamente escolhida para penetrar na mente dela.
O terno que vestia era feito sob medida, caía em seu corpo com perfeição impecável, como se a própria roupa tivesse sido moldada para exibir sua presença dominante. O perfume amadeirado e sofisticado se espalhava pelo ar, invadindo os sentidos de Amélia.
E, pela primeira vez, ela sentiu.
Sentiu aquilo que nunca deveria sentir.
Uma centelha de atração, um arrepio no corpo que não vinha do medo, mas do desejo proibido.
Ela recostou