Amélia
Amélia arrumava a mochila com mãos trêmulas e rápidas. Era madrugada, e o alojamento estava mergulhado em um silêncio pesado. Laís dormia profundamente na cama de cima, alheia ao furacão que se armava dentro da amiga. Cada peça de roupa dobrada com pressa era como um pedaço arrancado de tudo o que havia conquistado ali.
Amélia esperou sua amiga Laís dormia, o restaurante também ela não queria que ninguém visse ela fugindo.
Mas não havia escolha.
Depois do último encontro com Maxin — ou melhor, confronto — Amélia entendeu que ele jamais a deixaria viver em paz. Havia algo quebrado dentro dele que se agarrava a ela como se fosse a última chance de salvação. Mas Amélia não era cura. Ela também era ferida.
E, por isso, precisava fugir.
Pegou o envelope com suas economias escondido no fundo da gaveta, vestiu um moletom escuro e saiu devagar, deixando um bilhete na mesa para Laís:
“Desculpa por não te contar. Eu precisava fugir antes que ele me destruísse de vez. Cuide-se. E não