A escuridão que engoliu Gabriel quando ele deixou a segurança do carro era total. A noite na colina perto da represa era uma escuridão rural, antiga, muito diferente das sombras iluminadas de São Paulo. O único som era o vento sibilando através dos esqueletos de concreto à sua frente e o som de sua própria respiração, controlada e superficial. Ele se moveu pela vegetação rasteira, um predador em seu habitat natural, os olhos já adaptados à falta de luz.
O perímetro do complexo era uma cerca de arame farpado, rompida em vários pontos pela ferrugem e pelo tempo. Um convite para invasores, vândalos e, agora, para caçadores. Gabriel passou por uma das aberturas sem fazer barulho, entrando oficialmente no território de Kael.
Ele não se aproximou da torre leste, onde Lara havia visto os sinais de vida. Isso seria o esperado. Em vez disso, ele escolheu a torre vizinha, a oeste. A melhor maneira de observar um ninho de águia é do ninho de outra águia. Ele precisava de um ponto de vantagem par