O ar ao redor parecia denso demais, pesado demais — como se o próprio ambiente soubesse que algo irreversível estava prestes a acontecer.
Elara parou na porta da sala, com os olhos vermelhos, o peito subindo e descendo rápido demais. Ela queria falar, queria explicar, mas as palavras se recusavam a sair — como se qualquer frase fosse pequena diante da dor que existia ali.
Kael estava perto da janela, os punhos fechados, tentando manter o controle. Leon, sentado no sofá, observava os dois com uma mistura devastadora de medo e entendimento. Ele sempre foi o mais racional… até agora.
— Elara… — Kael foi o primeiro a falar, a voz arranhada, carregada de mágoa — você precisa dizer alguma coisa.
Ela respirou fundo, mas a respiração saiu trêmula, frágil.
— Eu… — sua voz falhou — eu nunca quis que fosse desse jeito.
Leon inclinou-se para a frente, os olhos fixos nela.
— É verdade então? — ele perguntou, baixo, quase implorando que a resposta fosse não. — Você está dividida entre nós?
Elara fe