O resto do dia passou sem forma, sem direção. Elara andava pelos corredores como quem carrega um peso invisível, tentando esconder o tremor nas mãos. Cada passo soava alto demais, cada porta parecia observar, cada silêncio parecia julgá-la.
Ela não sabia se procurava Kael para terminar o que começou…
Ou Leon, para impedir que ele se afastasse para sempre.
A verdade era simples e brutal:
Ela queria os dois.
E isso a aterrorizava.
Quando finalmente chegou ao terraço — o único lugar onde o ar parecia respirável — ela se apoiou no parapeito, sentindo o vento frio bater contra o rosto. Fechou os olhos e deixou a dor vir sem tentar controlá-la.
Porque ali, sozinha, ela não precisava parecer forte.
— Fugindo do mundo? — uma voz baixa cortou o ar.
Ela se virou devagar.
Kael estava ali.
Não arrogante, não fechado, não calculado — mas cansado. Mexido. Quase… humano.
Ele se aproximou, passos lentos, os olhos presos nela como se precisasse verificar se ela ainda estava ali.
— Não estou fugindo —