Quando o amor vence o instinto.
LEONARDO CASSANI
E antes que eu pudesse pensar, já estava de pé.
O corpo tenso, os punhos fechados, a respiração pesada.
Minhas mãos se fecharam no colarinho do André — e ele não reagiu.
Ficou parado, como se esperasse que eu o matasse ali.
A guerra podia ter acabado lá fora,
mas dentro daquele bunker… ela acabava de recomeçar.
— Fala, seu filho da puta — cuspi, o sangue fervendo. — Você beijou minha esposa?
Ele me olhou com uma calma estranha.
— Você sabe muito bem o que fez, Leo. — A voz dele não tremeu. — Disse que gostava dela, mas sabia que eu gostava primeiro. Você a levou pra Mônaco sem me dar a chance de falar. Ela não teve escolha.
A porta do corredor se abriu.
— Leo! — A voz dela me atravessou. — Você está aqui? O que está acontecendo?
Soltei o André com força. Ele tombou sobre a mesa.
— Oi, vida — disse, com o coração em chamas. — Cheguei faz algum tempo. Só estava acertando as contas com o meu ex-irmão.
— Ex-irmão, Leo? — André riu, amargo.