Quando o amor se torna a única arma
LEONARDO CASSANI
Saímos do hospital com o corpo leve de alívio e a mente carregada de sombras. Meu pai estava vivo. Estável. Sedado. Mas vivo. Isso bastava por agora. O motorista já nos esperava e eu fiz questão de não soltar a mão da minha mulher nem por um segundo.
— Para o Hotel Meliá São Bernardo, suíte presidencial. — ordenei.
O carro deslizou pelas avenidas, e eu só conseguia pensar em duas coisas: Norman ao meu lado e a maldita guerra que estava prestes a explodir. Entre uma e outra, só havia o desejo de me prender a ela, de sentir que ainda havia um pedaço de vida que era só nosso.
Quando entramos no saguão, o recepcionista se apressou ao ver meu sobrenome. Chaves entregues, elevador liberado, ninguém ousou questionar nada. A suíte presidencial nos aguardava no último andar.
A porta se abriu e o silêncio luxuoso do quarto me envolveu. Persianas fechadas, cama king-size arrumada com lençóis brancos impecáveis, champagne na mesa de canto. Tud