Quando o silêncio revela traições
ANDRÉ MARTINS DE ALBUQUERQUE
O último andar da Cassani Security parecia mais pesado do que nunca naquela manhã. O sol atravessava as janelas envidraçadas, dourando o mármore do hall, mas ninguém parecia reparar no brilho. Eu subi os degraus até o setor administrativo com a mente acelerada. Desde a revelação de Leonardo — não Lorenzo — a tensão havia se tornado quase palpável.
Ele tinha jogado a bomba no meio de todos: não era o irmão, e sim o verdadeiro Leonardo Cassani, sobrevivente, herdeiro, e pior… um homem disposto a derrubar a SABINO.
E naquele andar, todos sabiam que a Cassani Security estava mergulhada até o pescoço na sujeira de Vittorio Salvatore Bianchi.
Atravessei o corredor e vi as portas semiabertas. Vozes abafadas ecoavam da sala de planejamento estratégico. Meu instinto mandou recuar, mas minhas pernas me levaram até ali. Encostei-me na lateral do batente, ouvindo com atenção.
Era Henrique Vasconcelos, o diretor jurídico, quem falava.