Quando a guerra deixa de ser silêncio e ganha rosto
ANDRÉ MARTINS
Entrei na minha sala e quase cuspi o café que ainda segurava.
A vadia da Isabella estava ali.
Não só estava, como tinha invadido minha cadeira, jogado a bolsa sobre a mesa e estava cuspindo ódio como se fosse dona da porra toda.
— Onde ele está, André? — rosnava, os olhos faiscando.
Cruzei os braços, encostado na porta, e deixei ela falar. Tinha uma satisfação quase mórbida em assistir aquele teatro. Isabella falava como amante ferida, como mulher traída, mas não tinha a mínima ideia da verdade. Lorenzo estava morto. E quem agora vestia o paletó e dava as ordens era Leonardo. O irmão gêmeo que ela nem desconfia existir.
“Idiota”, pensei.
— Vomita, André. Onde está o Lorenzo?
Eu ri, balançando a cabeça. — Bom, sei onde ele não está. Não está na minha cama. — Gargalhei alto.
— Vai se foder, André.
— Brincadeira. — falei irônico erguendo as mãos, mas os olhos brilharam de ironia.
— Ele foi para Mônaco com a Norman.
—O q