Quando amar significa deixar partir
NORMAN PAIXÃO CASSANI
O avião pousou suave no hangar de Paris. Eu ainda sentia Leonardo em mim — na pele, no corpo, na respiração. Mas, dentro de mim, havia também uma estranha mistura de medo e esperança.
Ele falava em futuro, em amor, em casamento de verdade. Mas cada palavra dele era atravessada por sombras que eu ainda não entendia.
— Oi, mãe… acabei de chegar. Está em casa? — ouvi ele dizer no celular, a voz mais leve do que nos últimos dias.
Meus olhos se voltaram para ele. O sorriso que nasceu em seus lábios não era comum. Era raro, precioso, como se só aquela voz fosse capaz de lhe dar paz.
Meu coração disparou. Conhecer a mãe. Não como secretária, não como consultora, mas como mulher ao lado dele. Como… esposa.
Ele olhou para mim, sorrindo pequeno.
— Claro, mãe. Estamos indo.
O motorista já nos esperava. A limusine parecia engolir o sol de Paris com seu brilho negro. Entrei ao lado de Leonardo, e, no caminho, encostei a cabeça no ombro del