Quando o coração é amor, mas o destino é sentença
LEONARDO CASSANI
O jatinho pousou suave no hangar de Paris, mas dentro de mim não havia suavidade nenhuma. Ainda sentia o gosto de Norman nos meus lábios, ainda sentia o corpo dela queimando no meu, mas junto disso o peso do que me aguardava.
Peguei o celular antes mesmo de descer.
— Oi, mãe… acabei de chegar. Está em casa?
A voz dela, doce como sempre, me desmontou.
— Estou sim, filho. Vem comer comigo? E traga a Norman, quero muito conhecê-la.
Olhei para o lado. Norman, com os cabelos soltos, ajeitava a bolsa. Sorri pequeno.
— Claro, mãe. Estamos indo.
O motorista já nos esperava na pista. A limusine preta reluzia sob o sol de Paris, e a porta foi aberta com a precisão de quem já conhece a rotina Cassani. Entrei de mãos dadas com Norman, e seguimos pela estrada.
Amaro, meu pai, morava em Paris. Mas minha mãe, Laura, sempre preferiu o interior da França. Uma mansão menos ostentosa, mas muito mais cheia de vida. Ali eu cresci cercado