Quando o dossiê vira guerra
LEONARDO CASSANI
Eu já não precisava do USB.
Norman me dera o dispositivo dias antes — um gesto de precaução, um file backup que ela carregou de Mônaco porque, como sempre, preferia ter um pedaço de verdade na palma da mão. Não precisava mesmo — eu já tinha os olhos da Cassani: servidores, câmeras e backups internos. O pen-drive de Norman era garantia emocional; o que importava estava nas minhas telas e na sala que transformei em centro de operações. Ela me disse: “Guarda isso, Leo. Se algo acontecer, não confio em ninguém lá.” Eu guardei o trancado num cofre pequeno, etiqueta em vermelho: Norman — Mônaco.
Mas o que me trouxe praquela sala naquela hora da manhã não foi a segurança dela. Foi a certeza de quem eu era: o homem que herdou uma infraestrutura que disfarçavam de “empresa de segurança”. A Cassani Security tinha olhos — câmeras, microfones, registros de acesso. A minha mão tocou a paleta de luzes e, por trás da porta oculta do porão da casa do Lore