O grito de Antônio cortou o ar como uma lâmina.
— Pai! —
Tudo aconteceu rápido demais.
Bezerra cambaleou, as mãos tremendo, o rosto ficando pálido como mármore. A respiração curta, os olhos perdendo o foco. Tentou se apoiar na mesa de vidro, mas a força lhe faltou.
Os diretores, atônitos, se levantaram ao mesmo tempo, cadeiras arrastando pelo chão num ruído ensurdecedor. O som de passos apressados e vozes nervosas ecoava pela sala.
Antônio o segurou antes que caísse, mas o velho corpo desabou nos braços do próprio filho — o mesmo filho que ele havia traído.
— Chama uma ambulância! Agora! — gritou Antônio, desesperado, com a voz rouca.
O delegado ordenou aos policiais que abrissem caminho. O ambiente virou um turbilhão de gente — secretárias em prantos, diretores murmurando entre si, a tensão palpável.
Eu, parada ao fundo, não conseguia respirar.
Tudo aquilo… não era o que eu queria.
A justiça, sim. Mas não assim.
Antônio estava ajoelhado no chão, o pai deitado em seu col