Horas se passaram, e nenhuma mensagem, nenhuma ligação de Antônio.
O silêncio era sufocante.
Sentei-me no sofá, abraçando os joelhos, e respirei fundo.
As mãos tremiam levemente, e eu senti o peso de tudo que havíamos feito cair sobre mim.
— Lucas… eu acho que errei — murmurei, a voz quase sumindo.
Ele se sentou ao meu lado, calmo, firme, colocando a mão sobre a minha.
— Erro? Aurora, olha pra mim. — Ele suspirou. — Não, não erramos. Fizemos o certo. Só não podíamos prever que Bezerra passaria mal desse jeito.
Balancei a cabeça, as lágrimas ameaçando escapar.
— Mas ele… ele nem me olhou preocupado com o pai… — engoli o choro. — Parece que… ele não entendeu nada. E eu… eu acho que ele nunca vai me perdoar.
Lucas apertou minha mão com mais força, olhando-me nos olhos.
— Ele vai entender, Aurora. Antônio sabe quem você é. E deve ter percebido o que você fez, ele é inteligente não o subestime. Ele só precisa de um tempo… e você também.
Suspirei, sentindo um pouco do peso ali