Capítulo 7 - A Gaiola de Ouro

Luna Dal

O luxo da suíte presidencial no Burj Al Arab era opressor. Não era um quarto de hotel; era um andar inteiro, com vista panorâmica para o Golfo Pérsico e a cidade que parecia ter sido construída para exibir o poder. Minhas malas, que haviam sido transferidas sem minha permissão, estavam dispostas com a precisão de um exército. Eu estava em uma gaiola de ouro, e o Sheik Rashid Al-Jamil era o meu carcereiro.

A fúria me consumia. Não era apenas a violação da minha privacidade, mas a presunção dele. Ele pensava que podia me comprar, que podia me dominar com diamantes e luxo. Eu não era uma boneca que podia ser movida de um lugar para outro.

Eu peguei o colar de diamantes e esmeraldas, sentindo o peso frio em minhas mãos. Era lindo, mas o bilhete que o acompanhava era um insulto. “Para a minha Rainha. Você pode fugir do meu palácio, mas não pode fugir do meu mundo. Vista-o. E venha para casa. Rashid.”

— Rainha? — eu ri, um som amargo. — Eu sou a Rainha de mim mesma, Sheik.

Eu liguei para a recepção, exigindo que o colar fosse devolvido imediatamente. O gerente, com a voz tensa, tentou me convencer a ficar com o presente, mas eu fui irredutível.

— Devolva-o ao Sheik Rashid Al-Jamil. E diga a ele que eu não aceito presentes de homens que tentam me dominar.

Eu precisava de um momento de sanidade, de uma voz familiar que me trouxesse de volta à realidade. Eu liguei para Siena em Xangai.

— Luna! — a voz dela era um bálsamo. — O que aconteceu? Você está bem?

— Eu estou em Dubai, em uma suíte presidencial no Burj Al Arab, e o Sheik Rashid Al-Jamil acabou de tentar me comprar com um colar de diamantes.

Siena riu, um som que me fez sorrir.

— Ele é um idiota, Luna. Mas ele é um idiota que te quer.

— Ele me quer como um troféu, Siena. Como uma propriedade.

— E você o quer como um homem, Luna. Não minta para mim. Eu vi o jeito que você olhava para ele no casamento.

— Eu o odeio, Siena. Eu o odeio por me fazer sentir coisas que eu não quero sentir.

— O ódio é apenas o outro lado do amor, Luna. Você sabe disso.

Nós conversamos por um longo tempo, sobre os gêmeos, sobre Li Wei, sobre a vida em Xangai. Siena era a minha âncora, a minha irmã gêmea que sempre me entendia.

— Você tem que lutar, Luna — ela disse, a voz séria. — Você tem que lutar por sua independência. Mas você também tem que lutar pelo seu coração.

Eu desliguei, sentindo-me um pouco mais forte. Eu não podia me render ao Sheik, mas eu também não podia negar o desejo que ele despertava em mim.

Eu me lembrei da noite anterior, dos beijos, da pegação, da loucura que nos consumiu. Eu havia me recusado a transar com ele, mas a memória do seu corpo, do seu cheiro, do seu domínio, era uma tortura.

Eu fui para o banheiro, liguei o chuveiro na água mais quente que pude suportar, e tentei lavar a memória dele da minha pele. Mas o perfume dele, o cheiro de sândalo e especiarias, ainda estava impregnado em mim.

Eu era uma tela em branco, e ele havia pintado sua obra-prima em mim.

Eu me vesti, escolhendo um vestido de seda preta, o oposto do terno de linho branco. Eu precisava de armadura, de proteção. Eu precisava ser a empresária fria e calculista, a perfumista de sucesso que não se dobrava a ninguém.

Eu liguei para o Sheik, a voz firme.

— Eu devolvi o colar, Sheik Rashid Al-Jamil. E eu não sou sua Rainha.

— Você é minha, Luna. E eu vou te provar isso.

Ele desligou, deixando-me sozinha com o meu medo e o meu desejo. Eu sabia que a batalha estava apenas começando. E eu estava determinada a vencer.

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