Não era escuridão.
Era uma espécie de luz cinzenta, densa e branda, que envolvia tudo como uma névoa espessa. Nina flutuava ali, sem corpo, sem tempo. Tudo era leve… mas também pesado, como se estivesse presa entre dois lugares — nem viva, nem ausente.
Ela não sabia onde estava. Não sabia se estava dormindo. Não sabia se estava sonhando.
Sabia apenas que algo dentro dela doía, mas a dor vinha como lembrança, não como sensação.
Como se o corpo soubesse que algo havia quebrado, mas a mente tivesse se recusado a aceitar.
Havia sons ao longe. Sussurros cortados. Como se alguém falasse atrás de uma parede grossa de vidro.
— Pressão estável… vamos monitorar as próximas horas.
— Pequeno edema, mas o controle está funcionando.
—…dois pontos… lado esquerdo do crânio…
Vozes sem rosto. Fragmentos de algo importante.
Eles estão falando de mim.
A ideia passou por ela como uma folha levada pelo vento.
Mas quem são?
Então, outra voz veio. Mais próxima. Quente. Familiar.
Quase como um raio cortando a