A consciência chegou como uma maré suja.
Primeiro, uma onda de calor na nuca.
Depois, um latejar profundo na base do crânio.
E então… a escuridão morna do torpor começou a se dissipar.
Nina tentou abrir os olhos, mas foi como forçar pálpebras grudadas. Uma luz fraca os atravessava, alaranjada, vibrando como uma lâmpada prestes a queimar. Um zumbido grave preenchia o ar — talvez um gerador? Ou apenas o próprio sangue batendo em suas têmporas?
Ela moveu a mão.
Ou tentou.
Um puxão seco, metálico, respondeu.
O som de uma corrente ecoou pelas paredes.
Seus olhos se abriram de vez.
O teto era de concreto grosso, rachado nos cantos, coberto de fios expostos e encanamentos de cobre. A luz vinha de uma lâmpada amarela e oscilante, presa a um fio torto no alto, lançando sombras alongadas nas paredes manchadas.
Estava deitada sobre um colchão fino, jogado sobre o chão de cimento. Um cobertor velho, áspero e sujo cobria parcialmente suas pernas. O ar era úmido, denso, com cheiro de ferrugem e alg