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CAPÍTULO 7 - TENSÕES E REVELAÇÕES

A semana seguinte passou como um turbilhão para Nina. Entre liderar sua equipe no desenvolvimento do sistema adaptativo e preparar a apresentação para a diretoria, ela mal tinha tempo para respirar - o que, ironicamente, a ajudava a não pensar tanto em Alexander Stone e no momento estranho que haviam compartilhado na sala de reuniões.

Quase.

Porque toda vez que ela passava pelo quadragésimo quinto andar para alguma reunião, ou via Alex conversando com outros executivos no corredor, seu coração dava uma pequena acelerada que ela tentava desesperadamente ignorar.

Na quinta-feira à noite, Nina estava trabalhando até tarde, finalizando os slides da apresentação. O vigésimo primeiro andar estava quase vazio - apenas ela e alguns programadores noturnos permaneciam no escritório. A luz da cidade brilhava através das janelas, criando um ambiente quase íntimo no espaço normalmente movimentado.

Nina estava tão concentrada na tela que não ouviu os passos se aproximando até uma voz familiar falar atrás dela.

— Trabalhando até tarde?

Nina se virou rapidamente na cadeira, quase derrubando sua xícara de café. Alex estava parado a alguns metros de distância, com o paletó do terno jogado sobre o braço e a gravata afrouxada. Parecia cansado, mas ainda assim impressionantemente atraente.

— Alex! Você me assustou.

— Desculpe. Vi a luz acesa e vim verificar quem ainda estava aqui.

Ele se aproximou, olhando para a tela do computador de Nina.

— Preparando a apresentação de amanhã?

— Tentando. Estou nervosa demais para conseguir me concentrar direito.

Alex puxou uma cadeira e se sentou ao lado dela, próximo o suficiente para que Nina pudesse sentir seu perfume.

— Posso dar uma olhada?

Nina assentiu, tentando ignorar a forma como sua proximidade a afetava. Alex começou a revisar os slides, ocasionalmente fazendo comentários ou sugerindo pequenos ajustes.

— Nina, isso está excelente. Você tem uma apresentação clara, dados sólidos, e uma proposta inovadora. A diretoria vai ficar impressionada.

— Você acha mesmo?

— Tenho certeza. Mas posso sugerir uma coisa?

— Claro.

— Relaxe um pouco. Você está tão tensa que está perdendo sua naturalidade. A Nina que me explicou essa ideia na semana passada estava empolgada, apaixonada pelo projeto. É essa Nina que eu quero que a diretoria veja.

Ele se virou na cadeira para encará-la diretamente.

— Você sabe por que eu escolhi você para liderar este projeto?

Nina balançou a cabeça, não confiando na própria voz.

— Porque você tem algo que muitos profissionais experientes perderam ao longo do caminho. Você tem paixão genuína pelo que faz. Quando você fala sobre segurança cibernética, seus olhos brilham. É isso que torna suas ideias especiais.

A intensidade no olhar dele fez Nina se sentir como se fosse a única pessoa no mundo.

— Eu... obrigada. Isso significa muito vindo de você.

— Por que vindo de mim?

A pergunta a pegou desprevenida.

— Porque você é... bem, você é Alexander Stone. Você construiu um império, é respeitado mundialmente. Sua opinião importa.

— Nina, tire Alexander Stone da equação por um momento. Esqueça o CEO, esqueça a empresa. Só como pessoa, eu admiro sua inteligência, sua determinação, sua autenticidade.

Havia algo na voz dele que fez o coração de Nina acelerar perigosamente.

— Alex...

— Você sabe que desde aquele dia no café, eu não consegui parar de pensar em você?

As palavras saíram antes que ele pudesse se conter, e Nina viu surpresa nos próprios olhos dele, como se não tivesse planejado dizer aquilo.

O silêncio que se seguiu foi carregado de tensão. Nina podia ouvir seu próprio coração batendo, podia sentir o calor irradiando do corpo dele tão próximo ao seu.

— Eu também.

Ela sussurrou, quase sem perceber que havia falado.

— Nina...

Alex se inclinou ligeiramente em direção a ela, seus olhos fixos nos dela. Por um momento, pareceu que ele ia beijá-la, e Nina sentiu-se inclinando-se em direção a ele também.

O som do elevador chegando ao andar os fez se afastar rapidamente. Lucas apareceu na entrada do departamento, carregando uma mochila e parecendo surpreso ao ver os dois ali.

— Oh, desculpem! Não sabia que tinha alguém aqui. Esqueci meu carregador.

— Sem problema, Lucas.

Nina disse, tentando soar natural apesar do coração disparado.

— Só estava revisando a apresentação de amanhã.

— Que bom que o Sr. Stone está ajudando. Tenho certeza de que vai ser um sucesso.

Lucas pegou seu carregador rapidamente e se despediu, mas não antes de lançar um olhar curioso para os dois.

Quando ele saiu, o momento havia se perdido. Alex se levantou, passando a mão pelos cabelos.

— Eu... isso não deveria ter acontecido.

— Alex...

— Nina, eu sou seu chefe. Você trabalha para mim. Isso é... complicado.

Nina se levantou também, sentindo uma mistura de frustração e confusão.

— Então o que foi aquilo? O que você acabou de me dizer?

— Foi um erro. Eu cruzei uma linha que não deveria ter cruzado.

A frieza súbita na voz dele machucou mais do que Nina esperava.

— Um erro?

— Nina, você é uma funcionária brilhante com um futuro promissor nesta empresa. Eu não posso... nós não podemos complicar isso com... com o que quer que seja isso.

— Então você vai fingir que não sente nada?

Alex a encarou por um longo momento, e Nina viu uma luta interna refletida em seus olhos verdes.

— Eu tenho que fingir. E você também.

— Por quê?

— Porque eu tenho responsabilidades. Uma empresa para dirigir, funcionários que dependem de mim, uma reputação a manter. E você tem uma carreira para construir. Não posso ser egoísta e arriscar tudo isso por...

— Por quê? Por uma atração? Por algo que pode nem ser real?

— Por algo que é muito real, e é exatamente por isso que é perigoso.

A admissão escapou dele antes que pudesse se conter, e Nina viu a vulnerabilidade em seus olhos antes dele se recompor.

— Alex...

— Nina, por favor. Vamos esquecer que essa conversa aconteceu. Vamos manter as coisas profissionais.

— E se eu não quiser esquecer?

— Então você vai ter que querer. Porque não há alternativa.

Alex pegou seu paletó e se dirigiu à porta.

— Boa sorte na apresentação amanhã. Você vai se sair muito bem.

E então ele saiu, deixando Nina sozinha no escritório vazio, com o coração partido e mais confusa do que nunca.

Nina se sentou pesadamente em sua cadeira, olhando para a tela do computador sem realmente ver nada. O que havia acabado de acontecer? Alex havia admitido que sentia algo por ela, mas ao mesmo tempo disse que eles tinham que esquecer tudo?

Ela entendeu a lógica dele. Relacionamentos entre chefe e funcionário eram complicados, potencialmente problemáticos. Mas a forma como ele havia olhado para ela, a intensidade em sua voz quando disse que não conseguia parar de pensar nela...

— Ai, meu Deus.

Nina murmurou, apoiando a cabeça nas mãos.

Ela estava se apaixonado pelo chefe. Pelo CEO bilionário que havia lhe dado a oportunidade dos seus sonhos. E aparentemente, ele sentia algo por ela também, mas estava determinado a ignorar esses sentimentos.

Nina ficou no escritório por mais uma hora, tentando se concentrar na apresentação, mas sua mente continuava voltando para a conversa com Alex. Quando finalmente decidiu ir para casa, ela sabia que não conseguiria dormir.

No táxi de volta para seu apartamento, Nina olhou pela janela para as luzes da cidade e se perguntou como sua vida havia se tornado tão complicada em tão pouco tempo. Algumas semanas atrás, sua maior preocupação era não derramar café nos clientes. Agora ela estava liderando projetos importantes e lidando com sentimentos confusos por um homem que estava completamente fora de seu alcance.

Quando chegou em casa, Nina se jogou na cama e olhou para o teto. Amanhã ela teria que fazer a apresentação mais importante de sua vida profissional, e tudo o que conseguia pensar era nos olhos verdes de Alex e na forma como sua voz havia ficado vulnerável quando ele admitiu que sentia algo por ela.

— Concentre-se no trabalho, Nina.

Ela disse para si mesma.

— É para isso que você está lá. Para construir uma carreira, não para se apaixonar pelo chefe.

Mas mesmo enquanto tentava se convencer disso, Nina sabia que era tarde demais. Ela já havia se apaixonado. A questão agora era o que fazer com esses sentimentos, especialmente sabendo que Alex estava determinado a ignorá-los.

Nina finalmente adormeceu nas primeiras horas da manhã, sonhando com olhos verdes e conversas inacabadas, sem saber que no outro lado da cidade, Alex estava passando pela mesma insônia, lutando contra sentimentos que ele sabia que não podia permitir-se ter.

A apresentação de amanhã seria apenas o começo de uma dança complicada entre o que eles sentiam e o que sabiam que era certo fazer. E nenhum dos dois estava preparado para as consequências do que havia sido revelado naquela noite.

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