72. O rio dos fantasmas e a herança de Tulio
A escuridão nos dutos de manutenção da Agulha de Lótus era um labirinto claustrofóbico de metal e eco. Para Leonardo, cada centímetro rastejado era uma batalha contra a dor lancinante dos ferimentos e a exaustão que ameaçava consumi-lo. A contagem regressiva de dez minutos para a autodestruição do laboratório do Oráculo era um tambor macabro em sua mente, impulsionando-o para frente. O ar era rarefeito, o cheiro de ozônio e de circuitos queimados picando em seus pulmões. Mas a voz de Sabrina, retransmitida por Beatriz, era sua bússola, seu farol naquela escuridão opressora. "Estamos esperando por você, meu amor." Aquelas palavras eram a única coisa que importava.
Ele se movia com a perícia de um fantasma, usando atalhos e passagens que apenas um arquiteto com sua visão espacial poderia deduzir. Evitou por pouco duas patrulhas de operativos do Consórcio Sombra, que subiam pelos dutos de serviço em busca dele, seus feixes de luz cortando a escuridão como lâminas. Leonardo prendeu a resp