14. O gosto amargo da verdade e a fuga impossível
O sorriso triunfante de Rocco na obra abandonada era a materialização de todos os pesadelos de Leonardo. Encurralado. Os planos do Banco Rossi, a chave para a confiança (mesmo que temporária) de Don Costello e, mais importante, o álibi para sua própria e secreta busca pelo cofre Bellini, estavam em suas mãos, mas pareciam prestes a se esvair como areia. Meia dúzia de capangas de Rocco, armas em punho, bloqueavam a única saída, os rostos impassíveis refletindo a crueldade de seu líder.
"Parece que sua sorte acabou, 'arquiteto'," Rocco sibilou, saboreando cada sílaba. "O Don vai adorar este presente. As plantas do banco… e a sua cabeça." Ele estendeu a mão. "Passe para cá. E talvez eu convença o Don a lhe dar uma morte rápida."
Leonardo avaliou a situação em segundos. Lutar ali, em desvantagem numérica e com o elemento surpresa contra ele, era suicídio. Mas entregar as plantas, entregar sua única moeda de troca, sua única esperança de manobrar dentro da famiglia Costello, era impensável.