14. O labirinto do lobo
A ordem de Don Costello para "cuidar" de Bianchi era uma coleira de espinhos em volta do pescoço de Leonardo. Trazer o traidor à presença do Don, ser o arauto de sua desgraça, era um papel que o repelia visceralmente, mas que ele sabia ser inescapável. Era mais um degrau na sua descida calculada ao inferno pessoal, um inferno que ele próprio construíra tijolo por tijolo em nome de uma justiça sombria e de uma vingança que consumia sua alma.
Ele passou a noite em claro, não planejando a captura de Bianchi – isso, para sua mente estratégica, era relativamente simples, dadas as fraquezas do homem – mas lutando contra os demônios internos que a tarefa despertara. Cada vida que ele tocava naquele submundo, cada ação que tomava em nome dos Costello, parecia manchar ainda mais a imagem de Sabrina em sua mente, tornando a distância entre seus mundos um abismo intransponível. A visão dela, observando-o da cafeteria, seus olhos carregados de uma suspeita que ele sabia ser justificada, era um to