37. A sombra
A notícia da ascensão de Tulio ao poder, recebida através do comunicador de Beatriz em meio aos destroços de seus planos e à dor da perda de Giovanni, caiu sobre Leonardo e Sabrina como uma avalanche de gelo. Don Vincenzo Costello, com sua fúria previsível e sua ganância cega, era um demônio conhecido. Mas Tulio… Tulio era uma incógnita, uma serpente de inteligência fria e ambição calculista, cujos verdadeiros motivos permaneciam envoltos em sombras. E agora, ele era o novo Don, o novo caçador. E ele queria a Serpente de Cristal.
"Tulio," Leonardo repetiu, a voz rouca, enquanto olhava para Sabrina na penumbra da saída dos esgotos de Zurique. O cheiro fétido do lugar era um contraponto irônico à pureza do tesouro que ele carregava – a caixa de ébano com a invenção de seu avô e os documentos que poderiam reescrever a história. "Ele sabia que o Don estava acabado. Ele jogou o jogo dele, esperou o momento certo." Havia um respeito relutante em sua voz, a admiração de um estrategista por ou